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Monthly Review
Cuba, um país com recursos escassos que sofreu um bloqueio económico ao longo da sua história moderna, mantém um vigoroso setor de biotecnologia que desenvolveu vacinas contra a meningite, o cancro e a Covid.
(Comentário ao livro A Economia do Conhecimento e o Socialismo: Ciência e Sociedade em Cuba de Agustín Lage Dávila)
O futuro de Cuba deve, necessariamente, ser um futuro de cientistas", proclamou Fidel Castro em 1960. Como Agustín Lage Dávila mostra neste livro pioneiro, Cuba tornou-se de facto um líder global tanto na geração como na aplicação do conhecimento científico – como demonstrado pela sua produção omnipresente de produtos socialmente úteis, de vacinas e medicamentos a alimentos orgânicos. Falando do ponto de vista de um notável imunologista cubano, o Dr. Lage mostra como Cuba alcançou tal destaque, postulando que a formação dos seus cientistas, as suas práticas científicas e as suas relações com o povo cubano estão intimamente ligadas à cultura socialista que resultou da Revolução Cubana.
Lage oferece respostas claramente escritas e de fácil compreensão para questões críticas para a própria sobrevivência da humanidade. Por que é que a cultura é fundamental para a ciência? O que distingue a cultura socialista cubana da das sociedades capitalistas? Quais são as responsabilidades sociais dos cientistas? Como é que Cuba fez avanços científicos tão incríveis diante do brutal e ilegal bloqueio dos EUA? Como é que um país como Cuba pode ganhar divisas necessárias através da venda dos seus produtos intensivos em conhecimento para países do Norte Global, mantendo os seus ideais éticos e socialistas? As interrogações de Lage sobre essas questões será de interesse para cientistas e planeadores económicos de todo o mundo, para todos aqueles que lutam por um mundo melhor – e, sem dúvida, até mesmo para as corporações que competem com Cuba nos mercados globais.
«Cuba, um país com recursos escassos que sofreu um bloqueio económico ao longo da sua história moderna, mantém um vigoroso setor de biotecnologia que desenvolveu vacinas contra a meningite, o cancro e a Covid. No seu livro recém-traduzido, A Economia do Conhecimento e o Socialismo, Agustín Lage, diretor do Centro de Imunologia Molecular de Havana e delegado politicamente comprometido na Assembleia Nacional, explica esse aparente paradoxo ao descrever como a ciência e a tecnologia, quando desamarradas das restrições do sistema de lucro capitalista, podem ser direcionadas para resolver necessidades humanas urgentes. As transformações sociais que possibilitam isso não estão isentas de problemas, e estas são discutidos francamente e com profundidade teórica nesta singular e importante coletânea de ensaios.»
–Stuart A. Newman, Professor de Biologia Celular e Anatomia, Faculdade de Medicina de Nova Iorque
«Estou confiante de que, mesmo aqueles que desejam o fracasso do socialismo cubano não abandonarão o livro depois de ler a Introdução. Para os defensores de "um capitalismo melhor" (um oxímoro porque não é possível melhorar um sistema que metastiza como um cancro agressivo) este livro será uma má notícia. Se eles são inimigos esclarecidos e conhecedores do socialismo, terão de abordar este livro com respeito. Não me surpreenderia se alguns sequer reconsiderassem os seus preconceitos ou formas de pensar.»
–Professor Néstor G. Del Prado, Centro de Imunologia Molecular, Havana
«Agustín Lage é um participante e um observador no desenvolvimento da ciência cubana, um notável biólogo molecular e militante do Partido Comunista Cubano. No cerne da obra de Agustín Lage: que assim como a fábrica e a fazenda marcaram o fim dos sistemas feudais de produção, a economia do conhecimento é o surgimento dos novos meios de produção. Esta é a sua visão mais penetrante sobre as contradições emergentes do capitalismo: o conhecimento científico é cumulativo e complexo, de modo que qualquer empresa tem de comprar as licenças aos seus concorrentes para produzir algo. É patenteada e mantida como informação privada, minando a tradição científica de uma comunidade que compartilhava ideias. A concorrência leva à perturbação do trabalho, o que dificulta o conhecimento tácito dos coletivos e faz com que não valha a pena ("custo-efetivo") educar os trabalhadores. Assim como o capitalismo nos deu o sistema fabril que substituiu as guildas de artesãos, também a economia do conhecimento é cada vez mais incompatível com o capitalismo e é característica do socialismo.»
– Richard Levins, polímata, educador prestigiado, ativista antiguerra e internacionalista convicto, e conselheiro científico para Cuba
O Dr. Agustín Lage Dávila é um imunologista conhecido e respeitado internacionalmente. Foi durante muitos anos diretor do Centro Cubano de Imunologia Molecular. Comunista dedicado, esteve na vanguarda da educação científica e do desenvolvimento económico através da ciência em Cuba.
Fonte: https://monthlyreview.org/product/the-knowledge-economy-and-socialism/ s/d
Tradução de TAM
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