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Tribuna Popular – Órgão Informativo do CC do PCV

 

O Poder Legislativo não fica atrás e avança na fabricação de um quadro de repressão ─ que vai do seletivo ao ampliado─ com a aprovação de leis cujo objetivo não é outro senão neutralizar as lutas operárias e populares pela recuperação dos direitos violados.

 

 

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O processo de eleição do novo presidente da República (só há homens na corrida) acelerou vertiginosamente a tendência cada vez mais autoritária e abusiva que viola os direitos sociais e políticos do povo venezuelano; uma característica que ─mais do que um fato feito à medida─ se tornou uma segunda pele do Governo de Nicolás Maduro e da liderança do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).

 

O que também foi fabricado ─ e de forma grosseira─ à imagem da elite dominante é o calendário eleitoral. Se o Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) se tornou um vergonhoso escritório de advocacia pronto para destruir a Constituição e as leis, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), com Elvis Amoroso à frente – o rosto das incapacidades políticas arbitrárias-,  é capaz de uma  maleabilidade que o contorcionista mais experiente invejaria.

 

O Poder Legislativo não fica atrás e avança na fabricação de um quadro de repressão ─que vai do seletivo ao ampliado─ com a aprovação de leis cujo objetivo não é outro senão neutralizar as lutas operárias e populares pela recuperação dos direitos violados. À chamada lei «contra o ódio», até agora utilizada para criminalizar e processar ativistas políticos, sindicais e sociais, junta-se o infame projeto de lei «contra o fascismo» que, entre outras coisas, define  classe ─característica histórica dos trabalhadores e do movimento sindical independente dos interesses do capital e dos patrões─ como um atributo do monstro fascista.

 

Apesar de tudo isto, há quem prefira olhar para o outro lado. Eles não gostam do fato do rei, mas recusam-se a confessá-lo. Têm medo de «fazer o jogo» do inimigo. Entretanto, o imperador está no braço do inimigo... ou o que são as reuniões «secretas» do Governo-PSUV com a administração de Joe Biden?

 

Quando o rei passa, deixando um rasto de salários liquidados, benefícios pulverizados e trabalhadores presos, não faltam aqueles que gritam no cortejo «lembrem-se das sanções!» e com isso pretendem silenciar as justas reivindicações do povo. Aqueles que se recusam a permanecer calados correm o risco de serem rotulados de «terroristas», «traidores» ou «antipatrióticos».

 

Enquanto isso, a liderança corrupta aproveita as «sanções» para fechar contratos obscuros que enchem os seus bolsos e os do referido inimigo. Num cenário com estas características, sem uma opção eleitoral que expresse os interesses dos trabalhadores da cidade e do campo, o que deve ser feito? Em primeiro lugar, é preciso deixar de lado as ilusões: uma mudança de governo não conduzirá a uma política favorável às aspirações das maiorias excluídas. A recuperação de direitos é uma questão de luta, não de esmolas ou de «boas intenções».

 

Sobre a questão «em quem votar», a XVI Conferência Nacional do Partido Comunista da Venezuela irá discuti-la e defini-la de forma orgânica e coletiva na sua terceira fase; tendo em conta o intercâmbio com as organizações aliadas do campo popular e revolucionário e, claro, sabendo que os promotores de apelos à intervenção estrangeira não são uma opção.

 

Neste momento, a tarefa imediata é derrotar as pretensões do Governo-PSUV de instalar uma tirania disfarçada de falsa democracia; abrir caminho ao pleno exercício dos direitos democráticos do povo e fazer avançar as lutas em melhores condições. Embora os poderes públicos ─que deixaram de servir a República─ tenham preparado um traje formidável, a verdade é que o rei vai nu e o povo sabe disso: devemos votar para derrotar as políticas antioperárias e antipopulares de Nicolás Maduro.

 

Fonte: XVI National Conference of the Communist Party of Venezuela – Tribuna Popular (wordpress.com), publicado e acedido em 29.04.2024 

 

Foto: https://www.brasildefato.com.br/2020/11/25/venezuela-conheca-as-propostas-das-chapas-dissidentes-do-chavismo-e-da-direita

 

Tradução de TAM

 

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