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Charles Andrews

A China hoje tem um plano socialista estéril, tem falta de implantação unificada de investimento e produção para as necessidades. Tanto as corporações privadas como aquelas cujas ações são de propriedade dos governos central, provincial e municipal têm de encontrar compradores para a sua produção e vendê-la com lucro.

 

 

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Abaixo estão trechos de um relatório de rotina na imprensa  económica ocidental sobre a economia da China. As estatísticas vêm do governo da RPC.


Enquanto muitos congressistas, governadores e outros dos EUA denunciam a “China comunista”, a imprensa  ocidental não tem problemas em relatar factos simples, assim como faz para qualquer outro país capitalista.

Da Reuters , 31 de julho:

 

O índice dos diretores de compras (PMI) do National Bureau of Statistics (NBS) contraiu pelo terceiro mês, diminuindo de 49,5 para 49,4 em junho, abaixo da marca de 50 que separa o crescimento da contração. Os produtores relataram que os preços de fábrica estavam no pior nível em 13 meses, enquanto o emprego permaneceu em território negativo.

A economia  de 18,6 biliões de US dólares da China cresceu mais lentamente do que o esperado no segundo trimestre.

O sub-índice de novos pedidos de exportação de julho contraiu-se pelo terceiro mês e sugeriu que os proprietários de fábricas continuaram a cortar preços para impulsionar a saída das remessas.

Os consumidores cortaram os gastos com itens caros e afastaram-se de produtos com preços mais altos. As vendas de carros, o maior componente das vendas a retalho da China, caíram pelo terceiro mês em junho. A Starbucks, que tem milhares de lojas no seu segundo maior mercado, relatou uma queda de 14% nas vendas trimestrais na China, à medida que os consumidores de café gravitavam em direção a ofertas mais baratas.

Os formuladores de políticas prometeram mais estímulos para encorajar grupos de baixa e médio rendimento a gastar mais, durante uma reunião do principal órgão decisório do Partido Comunista no poder na terça-feira, mas não chegaram a anunciar medidas específicas. O planeamento estatal da China anunciou que metade dos 300 mil milhões de yuans (US$ 41,40 mil milhões) a serem emitidos em títulos do tesouro a longo prazo serão alocados para apoiar um programa de trocas de consumidores [subsídios para comprar uma nova máquinas de lavar ou outro eletrodoméstico, trocando o antigo]. Esse valor é equivalente a apenas 0,12% da produção económica e 0,3% das vendas no retalho de 2023.

Um dos principais motivos pelos quais as pessoas não estão a gastar é que 70% da riqueza familiar é mantida em imóveis, e os preços das casas caíram ao seu ritmo mais rápido em nove anos em junho.

O setor imobiliário costumava constituir cerca de um quarto da economia, tornando-se um importante impulsionador do crescimento. Mas o sub índice da construção do PMI cresceu mais lentamente em julho, apontando para uma procura decrescente de novos apartamentos e outros projetos de construção.

Enquanto a imprensa económica ocidental não tem problemas em relatar os factos, os apologistas do Partido Comunista da China papagueiam à volta de uma "economia de mercado socialista". Mas as coisas estão difíceis para eles. Um de seus principais sítios, Friends of Socialist China [Amigos da China socialista] , publicou 43 artigos de propaganda em julho; apenas um era sobre a economia da China. Os seus mercados não são socialistas e não estão a ir bem. O governo tem as mesmas ferramentas fiscais, bancárias e regulatórias que todos os países capitalistas usam num ou noutro grau. O governo chinês faz grande uso delas e agora a economia está numa grande confusão, os jovens licenciados não conseguem encontrar um emprego e várias centenas de milhões de trabalhadores migrantes trabalham duramente como têm feito desde que a China deixou o caminho socialista no final dos anos 1970.

A China hoje tem um plano socialista estéril, tem falta de implantação unificada de investimento e produção para as necessidades. Tanto as corporações privadas como aquelas cujas ações são de propriedade dos governos central, provincial e municipal têm de encontrar compradores para a sua produção e vendê-la com lucro.

O desenvolvimento capitalista da China leva inevitavelmente à exportação de capital monopolista, empurrando exportações para mercados em todo o mundo e fazendo acordos para saquear matérias-primas de países pré-industriais, assim como os capitalistas ocidentais. A expansão da RPC exige uma redivisão do poder económico e político. A ascensão da China capitalista entra em conflito inevitável com as bases estabelecidas dos EUA, Europa, Japão e outras potências imperialistas.

A classe trabalhadora de todos os países tem apenas uma saída: a revolução socialista. Podemos administrar as coisas. Podemos ter uma vida segura e próspera para nós mesmos. E então a Reuters não terá nada a relatar ao seu público .

Fonte: https://www.idcommunism.com/2024/08/a-routine-report-on-chinas-economy.html#more, publicado e acedido em 02.08.2024

 

Tradução de TAM

 

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